sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Solidão Amiga


 
As vezes na solidão o que vejo é a paisagem da disolação e tristeza

A mente vasculha os mais recondidos porões sombrios

Percebo que o egoísmo não me deixava ver

Ah! A dor alheia para mim não passa disso

Apenas a areia no olho do cego

Sacudo, tiro a sujeira

Porque você não vê?

Porque eu não vejo?

Solidão amiga

Revela o que minha alma precisa saber

Abro a janela mudo a paisagem

É nesse momento que o Sol pode brilhar

Eu me permito contemplar

Sacudo, tiro a sujeira

Porque você não vê?

Porque eu não vejo?

Solidão amiga

quarta-feira, 23 de maio de 2012

PRIMAVERA BAIANA

O escritor baiano Antonio Risério fez um artigo para o Jornal A Tarde chamado de Primavera Baiana. O texto fala sobre a necessidade do povo baiano de mostrar sua insatisfação com o que está acontecendo no estado. Confira o texto abaixo:


Embora o meu sentimento seja de urgência, quero conversar com calma, que o assunto é sério:
Salvador. Numa de suas peças de teatro, Shakespeare faz a pergunta fundamental:
“O que é a cidade, a não ser as pessoas?”. E me lembro disso porque nesta semana um amigo me disse, em tom de quase desencanto: “Nosso maior problema, em Salvador, é que não sabemos nos ver como cidadãos”. Está certo. E, neste sentido, omaior problema atual de Salvador somos nós mesmos. A cara de Salvador não pode ser a da “grand vendeuse”, a da balconista-mor Ivete Sangalo, em pose autoritária, dizendo a frase imbecil: “Quem tem força, tem preço”. Em Salvador, hoje, devemos dizer coisa bem diferente: precisamos levantar a cabeça, recuperar a disposição, buscar o entusiasmo, nos mobilizar para dizer, alto e bom som, que não aceitamos o que estão fazendo com a nossa cidade. Chega de passividade. Se o que está acontecendo com Salvador (avacalhação e destruição da cidade) estivesse acontecendo em Porto Alegre , Curitiba ou São Paulo, não tenham dúvida: gaúchos, curitibanos e paulistanos
teriam subido nas tamancas e saltado na goela da prefeitura. E nós, não vamos fazer nada? Felizmente,
parece que sim, que é possível. As pessoas começam a protestar aqui e ali. Exemplo disso, entre outros, foi o artigo que Fredie Didier Jr. publicou neste jornal, no domingo passado. “Salvador não passa por um bom momento histórico”, escreveu Didier. “Não falo da crise em sua monumentalidade: Pelourinho abandonado, metrô inacabado, ruas sujas. Embora grave, este tipo de
problema é de solução mais fácil. Não me refiro, igualmente, à violência que nos assola. A violência
impressiona, mas não destoa do que acontece em outras metrópoles. Falo de outra espécie de crise, mais profunda e de efeitos mais deletérios.Salvador está em crise existencial”. A cidade apequenou-se, conclui Didier. Para, então, incitar:
“Temos de retomar a nossa caminhada e refundar a cidade. Dar início a uma espécie de Renascença baiana”.
Mais: “Salvador merece que façamos tudo isso por ela e a gente merece voltar a sentir orgulho da nossa cidade”. Perfeito. Já um outro amigo meu, apropriando-se da expressão hoje em voga para falar das grandes transformações que rolam no mundo árabe, me apareceu com uma frase ótima: “Precisamos promover alguma
espécie de primavera baiana”. Sim, acho que está mais do que na hora de começar isso. É claro que não se trata de nenhuma comparação com o Oriente Médio. O que queremos é dar um jeito na cidade.Salvador sofre, hoje, com uma coincidência infeliz: uma desprefeitura que mescla estupidez e incompetência e um governo estadual omisso diante dos problemas da cidade (e, como me diz ainda um outro amigo: “Menos com menos só dá mais na abstração matemática; na vida real, menos com menos dá menos ainda”). Mas não estamos condenados a assistir a isso sem dizer ou fazer nada. Em nome de nossas melhores tradições contestadoras, estamos na obrigação de nos mobilizar. Podemos, sim, promover uma
primavera baiana. Basta querer. Somar as nossas vozes nessa direção. Na mídia tradicional e na internet. Em blogs, no facebook, no twitter. Vamos bater na mesa e dizer que cidade nós queremos.Salvador, hoje, não é
somente uma cidade abandonada, que está sendo progressivamente destruída. Mais que isso: é uma cidade humilhada. E não temos razão alguma – existencial, cultural, política ou histórica – para engolir esta humilhação. A hora é de aglutinar protestos isolados,
manifestações soltas, vozes pontuais. Ou nos aproximamos e batemos na mesa, para reverter a situação atual e escorraçar a estupidez e a inércia, ou a cidade vai naufragar de vez. É hora de Salvador voltar a
ser ativa, altiva e criativa – como já foi em outros momentos.
Em nossa história, temos diversos exemplos de enfrentamento e superação de reveses e crises. Não é agora que vamos nos comportar frouxamente, como se esta cidade fosse uma cadela trêmula, com o rabo
entre as pernas – e não o lugar onde teve início a aventura civilizacional brasileira.
Antonio Risério

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Jogo da Vida.

Algumas situações na vida realmente se assemelham muito a um "jogo". Você se depara com normas, regras e com participantes mais antigos, porém acredito que temos duas opções: ou jogamos de acordo com as regras ou as mudamos...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PERSPECTIVA


No lugar em que me encontro
A natureza revela-me segredos

As nuvens me mostram o que quero saber
O fogo transforma as minhas dores
E o sol revigora as minhas esperanças ao amanhecer

No vazio em que me encontro
Há escombros espalhados por todas as partes
Mas também há inúmeras possibilidades
Páginas em branco só esperando uma mão habilidosa
Capaz de rabiscar os sonhos transmitindo felicidade
No momento em que me encontro
Já vi muita escuridão
Perdi-me, tive medo
Até que enxerguei mãos que me afagaram
Luzes que sempre brilharam
Só esperando a minha permissão
Permissão para deixar entrar o amor e a cura
Que sempre estiveram a minha procura
Para que da escuridão pudesse vir o amanhecer.



sábado, 2 de julho de 2011

ESPECTRO


Cores, o que fizeram de ti
Todas as matizes se encontram nas criações Divinas
O bom senso não tem senso
Irmãos se dividem
Em um mundo que não quer mais ser das divisões
Desamor, preconceito, injustiça, inverdade
Que se extingua estes prefixos
Que se arrebente os grilhões das falsas segregações
O que é meu já foi seu um dia
O que é seu poderá ser meu
Onde estam os limites então?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

POR UM SENTIDO EXISTENCIAL MAIOR.

Considero que o ser humano merece muito mais do que apenas sobreviver. Esta "corrida de ratos" em que vivemos nos coloca na posição de trabalhadores para nos alimentar e pagar as dívidas. Irracionalmente nos colocamos na posição de devedores pelo consumo compulsório. Quanto mais dinheiro temos, mais desejamos. Este é um tema recorrente e se faz assim por ser uma situação que continua imperando na humanidade. Certas aquisições facilitam nossas vidas, mas a maioria o são para o preenchimento do vazio existencial. Por trás disso tudo, e sem me excluir, vejo egoísmo, fatalismo e pessimismo. Devemos perceber que a solidariedade não é algo que nos subtrai. Podemos ajudar o próximo dentro de nossas próprias profissões, cada um de acordo com suas capacidades e possibilidades. Nesta tarefa conseguimos preencher, pelo menos em parte, o vazio que nos faz seres para o consumo. Inspirado no debate do livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire meu professor de Didática I disse: "o pessimismo e o fatalismo só cooperam para a preservação da situação atual." Se deixo meus sonhos morrerem e se aceito as condições que nos oprimem como algo imutável não me responsabilizo, continuo imóvel. Porém, somos seres capazes de nos transformar e de procovar mudanças. Só temos que resgatar esta consciência e nos movermos. Sair do comodismo e acreditar que viver é muito mais do que girarmos em torno dos bens materiais e continuarmos preservando o que não nos faz bem por achar que não temos escolha. O ser humano tem capacidades incríveis e inexploradas, mas estamos nos conformando em apenas "nos encaixar". Merecemos muito mais do que apenas lutar para sobreviver. Temos o direito de sermos quem quisermos ser, criar, transformar, interagir e juntos vivermos melhor e mais plenos.

"Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismos. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade." (FREIRE, 1998).

sábado, 14 de maio de 2011

O AMOR.


Pretensiosamente achava que sabia o que era o amor. Amava meus familiriares, principalmente, meu pai e minha mãe e achava que este sentimento traduzia inteiramente seu significado. Depois disseram-me que existiam várias formas de amar e vivenciei o chamado amor romântico. E este sentimento virou um clichê, para mim, representado em frases como o "amor supera tudo". Hoje com a mídia e com as diversas formas de comunicação, vi e ouvi muitas coisas ruins que podiam acontecer com as pessoas, mas não havia vivenciado nenhuma delas. Até que pscicologicamente e espiritualmente enferma, enfrentei situações as quais nunca havia ouvido falar. Mas foi assim que pude experimentar o efeito sublime da cura que o amor pode ter. Pessoas as quais nunca tinha visto apareceram para me apoiarem e me mostrarem que o amor é Deus. O amor é o que nos tira de todos estes sofrimentos, nos conecta e nos eleva. Apesar de todas as tecnologias que nos mantêm "conectados" estamos mais afastados. Estamos sofrendo isolados uns dos outros. Estar conectado, para mim, é você poder se abrir para o outro, é ajudarem-se mutuamente, é amá-lo. Ao invés disso, estamos adoencendo e nos afastando e neste afastamento perpetuando nosso sofrimento. Até hoje não sei direito o que é o amor, pois ele precisa ser praticado constantemente rompendo as barreiras que criamos uns para os outros. Experimentá-lo na sua inteireza é algo que o ser humano ainda está longe de conseguir.